O uso de dados das estradas e do comportamento dos motoristas ao volante tem se mostrado aliados cada vez mais importantes para quem trabalha no monitoramento de frotas, com foco na segurança de todos os envolvidos. Durante a Fenatran, muitos dos novos recursos tecnológicos para esse segmento foram apresentados.
Alguns deles foram levados pela Trimble Transportation Latam, que mostrou a expansão de sua plataforma de dados, que amplia a atuação da inteligência artificial da empresa, batizada de Tassi. Na prática, ela acompanha todo o processo, do monitoramento dos motoristas quando estão dirigindo até a filtragem de dados para relatório e estatísticas, ajudando na busca por situações de risco e atuando para diminuí-las.
“Um exemplo aconteceu recentemente: identificamos comportamentos com propensão maior a acidentes de um motorista que trabalhava à noite. Descobrimos que ele não estava conseguindo dormir durante o dia, pois sua mulher era doceira e usava muitos equipamentos como liquidificador e batedeira. Com isso, conseguimos que a empresa ajustasse seu turno para o dia, reduzindo os índices de fadiga”, diz Rebeca Ludovico, gerente comercial da Trimble.
Entre os recursos mais comuns estão sensores de fadiga, que detectam quando o motorista fecha os olhos ou usa o celular, entre outras situações. A solução da Trible para esses casos é o Vsafe+, que faz videomonitoramento, possui sensor de fadiga e distração e tem suporte para até cinco câmeras.
Outro lançamento é chamado de predição de acidentes, que utiliza os dados de ocorrências da Polícia Rodoviária Federal, como locais mais propensos a freadas bruscas, desvio de atenção, entre outros, indicando aos gestores áreas de atenção para que possam atuar e ajustem as jornadas, por exemplo.
Além de câmeras, muitas companhias têm usado sensores de temperatura para monitoramento. É o caso da Geotab, empresa canadense que atua, no Brasil, desde junho do ano passado. “Integrados ao nosso dispositivo telemático, esses sensores acompanham, em tempo real, situações de risco para o motorista e a carga”, explica Eduardo Canicoba, vice-presidente da Geotab no Brasil.
Segundo ele, esse dispositivo telemático, batizado de GO, é conectado ao veículo de maneira simples e rápida, sem corte de fios e por meio da porta de diagnóstico (OBD2). Dessa forma, o sistema obtém informações do motor como consumo de combustível, falhas, comportamento do motorista, emissão de gases poluentes, entre outras. “Com esses dados, é possível configurar alertas automáticos para que o motorista e os gestores saibam de qualquer emergência, assim que ocorram, podendo realizar uma abordagem proativa, em vez de reativa, com treinamentos e orientações para evitar situações de risco”, finaliza Canicoba.
